Se eu tivesse que me definir em uma única palavra, seria “curioso”. Acredito que essa curiosidade é o que me motiva, me atrai e, de certa forma, constrói meu repertório criativo. Meu interesse pode ser despertado pelos temas mais aleatórios, mas alguns, em específico, me fascinam de um jeito que não sei explicar.

Cozinhar, por exemplo, é um assunto que gera polêmicas entre meus amigos – especialmente porque insisto que existe um “jeito certo” de fazer as coisas. Sou atraído pelas técnicas da alta gastronomia, pelos cortes precisos e pelo mise en place impecável. No fundo, acho que o que realmente me cativa são as técnicas em si. Sempre me encantou a forma como uma ferramenta pode ser manipulada para executar uma tarefa com perfeição.

A natureza, com toda sua grandiosidade, cores e combinações, é outra fonte inesgotável de inspiração. Gosto de estimular minha percepção do mundo, seja observando e ouvindo atentamente as inúmeras espécies de pássaros ao nosso redor, seja fotografando paisagens de diferentes ângulos durante minhas viagens.

Não sei como é possível gostar de tantas coisas e ter tempo para todas elas, mas sempre dou um jeito. Ser designer é olhar para as coisas pensando como aquilo foi feito, é se inspirar por tudo que te rodeia, é associar a criação ao contexto e saber apreciar o resultado, como a beleza singular de lenda do automobilismo mundial, meu Fusquinha 79 azul-pavão, que recebe todo meu carinho aos finais de semana.